top of page
1_-compressor.jpg
Kutch_Brown-compressor.png

CAPÍTULO I . TECELAGEM

de Kutch

Mantendo vivas as tradições do tingimento natural e dos fios naturais de Kutch.

ERA UMA VEZ

As comunidades de Marwada, muito criativas e versáteis, tecelões, artesãos de couro e marceneiros, são as origens dos tecelões atuais da região de Kutch (Gujarat, Índia).

Por razões socio-econômicas, os tecelões tinham sempre relações muito próximas com os seus clientes locais, Clientes esses normalmente oriundos de uma comunidade pastoral (como os Rabaris que forneciam os fios de lã de ovelhas e de cabras) ou de uma comunidade agrícola como os Ahirs (que cultivavam o Algodão Kala). Por esse motivo, os têxteis tecidos à mão de Kutch, costumavam ter desenhos que reproduziam o estilo de vida das comunidades que os usavam, como por exemplo instrumentos musicais ou pegadas de passos de um rebanho, entre outros.

A TECELAGEM DE KUTCH NOS DIAS DE HOJE

O vínculo tradicional entre comunidades estava a isolar o comércio de tecelagem e, como tal, teve que ser interrompido, de forma a se tornar novamente visível nos mercados modernos.

Devido a esta drástica mudança, os tecelões, tradicionalmente habituados a trabalhar com recursos locais e naturais, começaram, então, a procurar as suas matérias-primas fora de Kutch e tornaram-se clientes dos fios acrílicos.

Bhujodi, uma vila de tecelões de Kutch, atualmente popular, é a base para a "Bhujodi Weavers Cooperative" (Cooperativa de Tecelões de Bhujodi). Este grupo, de poucos tecelões empreendedores, foi criado como uma resposta à decadência do mercado nos anos 60 (quando os artesãos foram forçados a adaptar-se às demandas maiores do mercado e a procurar clientes dentro de um território mais alargado), reunindo entāo todos os tecelões locais.

Estes tecelões de Bhujodi focam-se, o máximo possível, em manter vivas as suas tradições, no uso do tingimento natural, dos fios naturais, etc; e instituições como Khamir empenham-se em ajudar as comunidades de tecelões, os Vankars, a construir negócios sustentáveis.

O PROCESSO

O tear nómada manual Panja é o pai da tecelagem de Kutch, sendo mais tarde substituído por outros teares com uma tecnologia mais avançada: "shuttle looms" (lançadeiras) - "pit looms" (teares de cova) e "frame looms" (teares de armação).

Antes da tecelagem propriamente dita, o fio é tingido tradicionalmente em cores vegetais, tais como o indigo ou a goma-laca, e preparado durante vários dias (aqui, as mulheres desempenham um papel primordial).

Depois, o tecelão (tradicionalmente homem) cria vários desenhos nos teares, através de movimentos sequenciais de pedais.