CAPÍTULO I . TÊXTEIS ESTAMPADOS
Bagru Block Print
Bagru é conhecido desde séculos pelo tingimento natural, estampagem Syhai Begar, tingimento com Indigo e estampagem à mão com carimbos de madeira.
BAGRU DOS CHHIPA, EM BAGRU
Bagru, uma cidade nos arredores de Jaipur, no Rajastão, é um dos centros têxteis da India. É conhecido desde séculos pelo tingimento natural, estampagem de Syahi Begar, tingimento com indigo e estampagem à mão com carimbos de madeira.
Desde há pelo menos 400 anos, Bagru tem sido a casa do clã Chhipa. - combinação das duas palavras Nepal Bhasa, chhi significa "tingir " e pa significa "deixar algo esticado ao sol".
Esta teoria etimológica é verdadeiramente compreendida quando que se caminha pelos vastos campos de secagem comunais, em Chhipa Mohalla (o quarterião dos estampadores). O ar está impregnado pela fragrância de tecidos a secar sobre a terra, e as paredes dos edifícios em betão são cobertos de laranjas, azuis, e rosas.
Onde quer que vá, em Bagru, há sempre algo que o faz parar!
No "blockprinting" (impressão com carimbos) tradicional de Bagru, o pano base é de cor creme ou é pré-tingido, as estampagens são compostas não só de desenhos naturais e orgânicos, mas também de formas geométricas - tal como leher (ondas), chaupad (padrão indiano), kangura (triângulos), e jaali (um padrão treliçado em grade, provavelmente adaptado da arquitetura Islâmica).
A TÉCNICA SYAHI BEGAR
Syahi Begar é uma das técnicas tradicionais de "blockrpint" à mão, onde as estampagens resultam da combinação de vermelho, preto e amarelo ocre ou creme. A cor preta Syahi é obtida misturando ferro de ferraduras, água e açucar mascavado - esta mistura é guardada num pote em terra durante 15-20 dias, durante o verão; no inverno, esta preparação pode demorar cerca de 6 semanas. Depois, junta-se pó de sementes de tamarindo, e é tudo fervido.
A cor vermelha Begar é obtida misturando alumén (fitkari), garança (lal mitti ) e sumo de goma de acácia (babool gond ).
Este processo requer uma pré-lavagem e imersão do tecido em água doce com óleo de turmoil, durante 24 horas, para que a goma do tecido, poeiras e outros contaminantes sejam completamente removidos.
O tecido é, então, sacudido, para remover a restante poeira, e tingido numa solução de Harda (pó de myrobalan) para permitir que as cores naturais adiram ao tecido e se tornem permanentes. O corante ou cor amarela típica é obtida a partir desta fruta - Harda (fruto seco de árvores tropicais do tipo Terminalia).
O PROCESSO
O tecido tingido com Harda é estendido sobre longas mesas acolchoadas, pronto para ser estampado à mão. A estampagem é semprefeita da esquerda para a direita. O artesão mergulga o carimbo de madeira numa bandeja de tinturas coloridas, a seguir aplica-o com cuidado no tecido. Enquanto bate com o carimbo colorido no tecido, o artesão tem que prestar especial atenção para que a tinta não derrame sobre o tecido.
O processo é novamente repetido em três sub-etapas: primeiro o bloco Gadh para imprimir fundos, de seguida o bloco Rehk para os contornos finos, e, finalmente, o bloco Datta preenche os motivos (pode haver mais do que um bloco Datta para preencher diferentes cores).
Quando a estampagem está completa o tecido fica a secar durante 2-3 dias, e é depois lavado de 3 a 4 vezes em água fria.
De seguida, o tecido é "cozido" dentro de um grande pote de cobre (Bhatti) durante cerca de 5 horas, numa mistura de ingredientes naturais como alizarim-carmim (aal ki lakdi)) e flor de sakura (de cerejeira) (dawariaka fool).
Depois de ferver, o tecido é lavado uma vez mais para remover o alumén em excesso (fitkari) e... está pronto!
1.
2.
3.
4.
Os carimbos de madeira são cinzelados à mão ou escolhidos de entre coleções antigas.
O tecido é mergulhado em "Harda" amarelo e seco ao sol.
Os padrões são estampados sobre o tecido de algodão.
A estampagem é repetida, variadas vezes, com 3 blocos diferentes.