

CAPÍTULO I . MATERIAIS RÍGIDOS
Trabalho de Metal

Os sons dos sinos de cobre lembram-nos a terra,
as aldeias e as nossas raízes ...
ERA UMA VEZ...
Antigamente, antes da divisão da Índia e Paquistão, havia um movimento constante de pessoas entre estas duas regiões, e foi então que a comunidade Lohar (os artesãos de sinos), trouxe a sua técnica desde Sindh (agora Paquistão) para a região de Kutch (Gujarat, Índia).
Os Lohar costumavam vender os seus artigos às comunidades pastorais locais, como os Maldharis Bharvads e os Rabaris, com quem criaram um vínculo importante. O pastor descrevia o som que o gado reconheceria e os fabricantes de sinos davam esse tom ao cobre!
Os preços dos sinos eram muito altos, uma vez que estes eram uma garantia duradoura para os pastores. Mas se, por algum motivo, o som se danificasse, o artesão Lohar arranjava-o de graça.
Os nomes originais dos sinos são Chota Paila , Paila Dingla , Do Dingla (consoante o seu tamanho) e estes são também os equivalentes da moeda local.
Existem 13 tamanhos de sinos, que são por sua vez personalizados para diferentes animais: uma cabra teria um sino pequeno com um som agudo, enquanto uma vaca teria um maior com uma nota mais profunda. Os sinos, mesmo que tenham o mesmo tamanho, são personalizados com sons ou notas distintas, para diferenciar os proprietários de cada gado. Pode haver até cinco ou seis notas diferentes para cada sino!
UMA TÉCNICA ARTESANAL SUSTENTÁVEL
O artesanato de sinos é maravilhosamente sustentável, pois o metal principal utilizado é o desperdício de estanho e ferro; os recursos naturais são a lama, a madeira de Prosophis Julifera e a água; o único uso de energia está no forno para prepará-los. Até mesmo os resíduos gerados são mínimos - pequenos pedaços de metal e lama queimada.
Ao contrário de outras técnicas artesanais, o trabalho de sinos de cobre ainda sustenta uma economia local, uma vez que esses artigos ainda são utilizados pelas comunidades da região.
O artesanato de sinos está a ganhar popularidade com os produtos decorativos, não apenas pelo seu bonito som, mas também porque a sua "música" lembra-nos a terra, as aldeias e as nossas raízes.
O PROCESSO
Os sinos de cobre são o resultado do trabalho coletivo e das aptidões de uma família. Todo o processo requer muita experiência e o uso cuidadoso e sensível do som e do tato.
Primeiro, os homens moldam cada sino: martelam tiras retangulares de metal reciclado, dentro de um buraco cilíndrico, e soldam uma coroa de metal, tipo cúpula, no corpo do sino. Depois, dobram e prendem uma tira de metal no topo, para que o sino possa ser pendurado.
Seguidamente, as mulheres mergulham o objecto numa solução de terra e água, cobrindo o sino molhado com uma mistura de latão em pó e cobre. Envolvem-no numa "panqueca" de barro e algodão local e colocam-no no forno a "cozer".
Após a "cozedura", retira-se o algodão e todo o excesso de argila e cada sino é lustrado e polido de forma a acentuar o seu brilho metálico único. Dentro do sino, prende-se uma campainha, feita de uma madeira densa chamada sheesham, e o então objeto de metal oco passa a ser um instrumento musical.

4.

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2.

3.
Molda-se um sino a partir de resíduos de metal.
O sino é coberto de lama e pó de cobre.
O sino é cozido num forno a lenha.
Os sinos são então usados pelo gado.
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