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CAPÍTULO I . MATERIAIS RÍGIDOS

Trabalho de Couro

No Rajastão ...

Em Kutch, no Gujarat...

AS ORIGENS DA RECICLAGEM

Em Kutch (Gujarat, Índia), o Trabalho de Couro era inicialmente uma parceria entre os Maldharis (pastores nömadas) especialistas no curtimento, e os Dalit Meghwals (artesãos de couro, costura e bordados) migrantes do Rajastão.

Tradicionalmente, o conceito de reciclagem era intrínseco a esta técnica artesanal: quando um gado Maldhari morria, os Meghwals convertiam as peles cruas em couro (num trabalho intensivo de aproximadamente 18 dias) e, depois, num produto útil - dando, assim, vida a um suposto desperdício.

O Trabalho de Couro era tradicionalmente usado para fazer arreios de camelos e de cavalos, instrumentos musicais, caixas de arrumação e calçados, visto que a pele local era muito boa, durável e até mesmo resistente à água.

Atualmente, o Trabalho de Couro, em Kutch, para além de comercial, é um meio de subsistência para muitas aldeias da região.

AGORA

Com surgimento de produtos mais baratos de fábrica nos mercado, os vínculos artesanais e comunitários começaram-se a perder.

Hoje em dia, os Meghwals não convertem mais a pele crua em couro, devido a estigmas sociais. Como consequência os artesãos de couro dependem, agora, dos mercados externos.

Muitos artesãos optam por trabalhar em fábricas, deixando as suas técnicas artesanais de parte. O Trabalho de Couro local está aos poucos a perder a sua qualidade, e a adoptar uma estética barata que satisfaz o turismo regional.

Contudo, para muitas comunidades e aldeias da região de Kutch, esta técnica artesanal é ainda um complemento considerável aos rendimentos da agricultura.

O PROCESSO

As principais técnicas do Trabalho de Couro de Kutch são Jari Kaam, que usa um Jari (ponto de costura) prateado e dourado para diferentes decorações, eTorni, onde os fios grossos são usados ​​para criar padrões coloridos.

Tradicionalmente, o Jari Kaam era usado para decorar produtos de equitação, e agora podemos encontrar o mesmo estilo em produtos modernos, como sapatos, bolsas, etc.

A técnica Torni é usada principalmente para decorar as bordas de artigos de couro.

Os artesãos ora deixam a pele com a sua cor natural, ora tingem-na com diferentes tons (usando filtros) ou com castanho, e por vezes até com cores brilhantes (amarelos, azuis e vermelhos). Esta prática de tingimento de couro é exclusiva de Kutch.

As decorações podem também ser feitas com perfurações de variadas formas e tamanhos. Os artesãos furam o couro com uma técnica oposta à do Appliqué. ; colocam, sob as prefurações, peças de tecido Kutchi, de tons brilhantes, estampadas e impressas com blocos de madeira.

As peças de couro são costuradas à mão passando um fio grosso por pequenas aberturas feitas com um furador de costura. Os artesãos começaram, também, a usar máquinas de costura para unir as peças, aumentando assim a eficiência do artesanato tradicional.

Os homens são responsáveis ​​por cortar, perfurar, modelar e unir as peças de couro; as mulheres acrescentam o embelezamento colorido necessário, usando os seus famosos conhecimentos de bordados.

MANO ETNA RECOMENDA

"Teaser for 'Rohi- Stories of the Shoemakers of Kachchh'"

Video de Khamir

TRABALHO DE COURO NO RAJASTÃO & EM KUTCH

Loja

OS MOCHIS & OS JUTTIS

A comunidade de artesãos de calçado, no Rajasthão (Índia), é conhecida como Mochi - os Mochi são sapateiros e seleiros. Os Chamars, que são curtidores, fazem a preparação inicial da pele a partir de couros crus, enquanto os Mochis usam a pele, jà acabada, para fazer sapatos, botas e bolsas.

Os Mochi dizem-se ser também descendentes dos Rajputs ou dos Brahmins, para dar à sua casta uma melhor posição na hierarquia religiosa e social.

A lenda diz que o filho do deus Brahma costumava sacrificar vacas, oferecia parte do sacrifício aos deuses, e depois ressuscitava a oferenda e levava-a para as florestas. Porém, um dia, ele não ressuscitou a vaca pois a sua esposa, grávida, havia roubado secretamente uma porção. Como consequência a família fora amaldiçoada e o seu  filho nasce como o primeiro Mochi.

Os Juttis são um tipo de calçado tradicional do Rajastão, feito de couro curado localmente. Estes "sapatos" são famosos pela qualidade da técnica utilizada e pela variedade e riqueza da sua concepção. São feitos totalmente à mão e medidos com os dedos!

Não existe diferença entre o pé direito e o pé esquerdo, uma vez que o Jutti toma facilmente a forma do pé de quem o calça.

O PROCESSO

Primeiro, os Chamars (curtidores), fazem a preparação do couro a partir de peles cruas (camelo, búfalo, cabra). Quando ao couro está pronta, o Mochi começa a criar diferentes camadas de sola presa com cola caseira - esta, uma vez seca, é costurada com fios de algodão ou de couro.

As mulheres usam os seus conhecimentos de bordado, para decorar a parte superior do Jutti. Nas bordas interiores, da parte superior, é cosida uma banda neutra ou colorida. A pele é, de seguida, embebida em água, para amolecer, e só então é martelada - em todas as etapas - de forma a dar resistência às costuras e às colagens.

Após unir a parte superior à sola, o Jutti é colocado numa forma de madeira para que esse obtenha a sua forma final.

As ferramentas usadas neste processo são simples: uma agulha, uma faca, um bloco de madeira e um martelo.

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